23 julho 2007

Terceira Galáxia Poética

O mar é lindo de morrer! (e de viver)

Amo o mar.
Eu, que não sei nadar....
que só sei vagar,
que só sei pensar.

Amo o mar.
Apesar de não saber nadar,
de não saber remar,
e de só saber amar...

Amo o mar.
Eu, que não sei remar,
que não sei navegar,
que vago à deriva,
apesar da mão pousada sobre o leme...

Amo o mar.
E, apesar de não saber nadar,
mergulho fundo,
sem medo de me afogar.
No profundo oceano
dos sentidos.
Pois só sei amar...

Amo o mar.
Eu, que não sei navegar,
que só sei pensar,
que só sei doar...
o meu amor.
Para quem sabe
a vela içar,
e o leme manejar...

Amo o vento.
Que revolve o mar,
e que pode me levar,
se eu souber voar (já que não sei nadar),
aonde o azul do mar
encontra o azul do céu.

abril/2007

21 julho 2007

Off Topic: A ENERGIA MENTAL DO AMOR

Para onde vai a energia produzida pela mente?
Perde-se no ar, inaproveitada?
Essa questão me veio um dia, quando, totalmente desiludida com um amor não realizado, pensei: Quanta energia gasta em vão! Quanta energia para a conquista desse amor gasta à toa! Quanto desperdício!
Após essa “constatação”, imediatamente lembrei-me de uma notícia na televisão sobre uma Feira de Ciências, na qual alunos do segundo grau expunham suas invenções.
Uma delas me chamou a atenção, constituindo-se num invento bastante interessante, por meio do qual aproveitava-se a energia gerada numa academia de ginástica, mais especificamente, a energia produzida numa aula de spinning.
Não me recordo agora, como as garotas inventoras fizeram para aproveitar a energia, mas a idéia base é a mesma: como aproveitar toda a energia gerada numa aula de spinning? E como reaproveitar toda a energia empregada no pensamento? Neste caso, o pensamento direcionado para o amor (sabemos que a energia gasta nesse campo não é pouca!).
Viajando um pouco, acredito que neste segundo caso de reaproveitamento de energia, a complexidade deste intento seria bem maior que no primeiro caso; e, até já imaginei as pessoas apaixonadas e empenhadas na conquista de seus amores, usando capacetes contendo eletrodos que “puxariam” (sei lá como!) sua energia mental e a transfeririam para outro lugar.
Imaginem quantos anseios, dúvidas, suposições, planos de conquistas, ciúmes, decepções, frustrações, alegrias, realizações, medos, atração sexual, etc., etc., - tudo isso, muitas vezes, num único dia!
Quanta energia! Quantas usinas de energia ambulantes!
Para onde vai toda essa força energética? Perde-se totalmente? Como seria possível re/aproveitá-la?
Alguém tem alguma idéia?

Jun./07

Terceira Galáxia Poética

A LENDA


O amor está morto.
E ninguém percebeu.
Ninguém atentou,
ninguém chorou.
Quem amou, amou sem perceber,
que não podia estar amando,
pois o amor já estava morto.

E, nesse pesar absorto,
amaram-se os incautos,
os levianos, os ingênuos e os idealistas.
Amaram-se também,
os usurpadores da palavra amor.

O que fazem estes,
Em nome do jazente sentimento:
lascívia, luxúria, traição e morte.
Ignominiosamente, com tais atos,
maculam a memória do amor.

Na eterna lápide onde jaz
o sentimento morto, lê-se:
“Aqui jaz o Amor...
Nati-morto sentimento
Nati-morta sensação do espírito
Nati-morta aspiração da alma...”

Há quem diga, que o amor
não chegou a ser gerado; portanto,
nem nascido, nem nati-morto
pode ter estado...

O que jaz então,
no túmulo do amor?
Será uma lenda a nati-morta
existência do amor?
Será então, o seu utópico fantasma ,
prematuro e pueril,
aquele que aquece os corações
dos que acreditam amar?

Oh! Execrável desilusão!
Nem a alma do nosso morto amor
habita os dias do mundo!

Exijamos a exumação do amor!
E, se tais suspeitas se confirmarem,
perpetue-se então, a lenda!
Disseminem-na pelas gerações vindouras
e deixem que com ela todos se refestelem!



16.02.07

20 julho 2007

Livros Viajantes: O Amante do Vulcão

Comprei O Amante do Vulcão num sebo por acaso. Procurava alguma literatura interessante quando me deparei com esse livro. O que me chamou a atenção para comprá-lo foi o fato de sua autora ser Susan Sontag. Conhecia sua fama e fiquei muito curiosa para ler um romance escrito por ela, pois até então havia somente lido alguns artigos de jornais de sua autoria.
Nas primeiras páginas achei-o um pouco cansativo, mas, pouco depois foi ficando muito interessante e curioso, e não consegui deixar de lê-lo até o fim, com bastante satisfação!
A história é simples e linear, no entanto, seus personagens históricos e seu pano de fundo histórico dão uma incrível sensação de se estar lendo um importante e interessante episódio da História Européia.
Tudo começa em Nápoles nas décadas de 1760-1770 (não me lembro exatamente, na pré-revolução francesa) e termina na Inglaterra em 1815; sendo o personagem principal Sir William Hamilton, embaixador inglês no Reino das Duas Sicílias (A Itália ainda não era um país unificado) e famoso colecionador de arte, (ah! e estudioso apaixonado por vulcões - no caso, o Vesúvio!); e evolui para seu casamento com Lady Emma, uma cortesã inglesa anteriormente amante de seu sobrinho. No decorrer de suas vidas ela torna-se amante do Almirante e Herói inglês, Lorde Nelson, famoso por vencer a batalha marítima de Trafalgar.
A grande sacada é a não-nomeação do trio principal de personagens - William Hamilton é chamado de “O Cavaliere”, sua esposa de “ A esposa do Cavaliere”, e Lorde Nelson de “O Herói”; e, sendo os mesmos assim “poupados” de seu papel histórico, o seu perfil psicossocial pode ser bastante explorado pela autora, nos proporcionando acompanhar suas vidas e interesses pessoais com bastante curiosidade.
Há também um desfile delicioso de outros personagens históricos, como a Rainha de Nápoles - irmã da Rainha Maria Antonieta da França, Napoleão, Goethe, e uma heroína portuguesa chamada Leonor da Fonseca Pimental (existem outros, que agora não me vêm à mente!)
Enfim, um livro pra lá de “viajante”, e elegantemente bem escrito!