27 fevereiro 2007

Primeira Galáxia Poética

Não sou de escrever sobre minhas poesias, mas, sobre esta em particular, gostaria de escrever algo.
Ela foi escrita no calor do rompimento de um relacionamento (no qual eu levei o fora...)
Inicialmente ela estava projetada para ser uma poesia de amor para a pessoa com quem eu estava, mas, sentindo que a relação não ia bem, minha inspiração arrefeceu.
Então, deixei a poesia começada para ver o que aconteceria com ela mais para frente...
Assim, quando do rompimento, retomei a mesma e resolvei fazer por meio dela, um exercício de amor romântico.
Pode parecer pieguice extrema da minha parte, mas acho fascinante a poesia que idealiza o ser amado!
Dessa forma, escrevi a tristeza do rompimento a partir da idealização romântica.
No meio da poesia cheguei a tentar recuar, achando que estava exagerando, pois o relacionamento não havia me deixado perdidamente apaixonada; mas, esforcei-me para concentrar-me no exercício poético do amor romântico, independente da minha relação e do fora que levei.
E saiu essa poesia.
Escrevo poesia intuitivamente, sem me apegar a regras ou às escolas literárias, assim, qualifico essa poesia como amor romântico, mas não sei exatamente se ela se encaixa nesse rótulo de acordo com a literatura poética.
Entretanto, como poesia para mim é vida, intuição e inspiração, isso é o que menos importa!




VISLUMBRES (lírica de amor romântico)

Num vislumbre vi você.
Sua visão inundou meus olhos....
Mais tarde, meus sentidos todos.
Sua presença perturbou o meu estar, o meu dizer e o meu olhar,
e a sua emanante suavidade invadiu minha vida.

A cada estar seu ao meu lado, e a cada vislumbre da sua presença,
Enlevava-se e aguçava-se a minha mente...
Num desnorteio bom, feliz, preenchido de vida, e de diárias elucidações...
Meu corpo renascia todos os dias em que nos tocávamos,
no entrelaçamento premente de nossas vidas.

E agora eu sigo o seu perfume, que me persegue junto com o gosto de mel
imanente aos seus lábios e a doçura dos seus olhos...
Pequena bússola que norteia meus sentimentos, fonte de risos e sonhos bons.
Sonhos esses, desejosamente infindáveis, como o são os sonhos dos verdadeiros
poetas!

Sonhos de amar-te, sonhos de viver-te, sonhos sonhados com você, sonhos de
poeta que quer amar a amada desejada, sonhada, idealizada!
Sonhos de poesias repletas de amor sonhado,
Poesias sonhadas repletas de sonhos de amor...

Sonhos no entanto, são sonhos....
Amores sonhados, são sonhos...
Poesias são sonhos de poetas....
... e poetas são talvez, apenas sonhadores?
Cujos sonhos a realidade dura, crua e nua suplanta...
desconstrói, derrota, abalroa, desmantela!

Então, então, então...........................................
Olhando agora, apoiado em patamares outros...
Os seus doces olhos úmidos, perdidos e carregadores de noticiosas novidades do
porvir do amor, do porvir do depois, do porvir do que vêm....
Em seus olhos cintilantes, brilhantes e grandes, vislumbro os deflagradores do
acordar do poeta!

Do despertar dos sonhos sonhados vãos, que finalmente vão-se em sonhos
perdidos e despedaçados, ribombando ao vento em busca do nada.


Abril/Maio.2006