16 março 2007

Segunda Galáxia Poética

AVES DA MANCHÚRIA


Da Manchúria à luxúria,
do zelo ao apelo,
somos aves sem dono.
No abandono de nosso vôo
sugamos o hálito de zéfiro
e nos alimentamos de nosso
próprio sangue.

Falta-nos o pecado e a fé,
a coragem e a sensatez,
a verdade e a paz.

Da Manchúria voamos até aqui
e aqui estamos,
aqui nos abandonamos,
aqui nos instalamos,
e aqui procuramos nossas vidas.

No bater de nossas asas,
o pó levantamos, e dele,
renascemos, crescemos,
e ao pó voltaremos.


Mas não agora!


Nós, Aves da Manchúria,
milagrosas criaturas,
nas alturas abandonadas,
às alturas condenadas!
Nosso destino aceitamos,
e nele, criaremos nosso vôo,
nossas vidas, idas,
e vindas...

No mais belo céu,
cujo encanto
em qualquer canto persiste
e existe...
Seja Ocidente ou Oriente,
Poente ou Ponente,
na História ou na Literatura.


Somos agora,
aves do céu,
e nele, nosso vôo se abrirá!




20.11.2006

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