18 setembro 2007

Terceira Galáxia Poética

Aqui vai um escrito que faz parte da minha Terceira Galáxia Poética; no entanto, é um escrito antigo...


A PALAVRA



Amor, palavra ambígua, palavra gasta que não mais designa (ou nunca o fez), aquilo que representa.
Já nos aconselhou o poeta para que não facilitemos com a palavra amor, que não a joguemos no espaço como bolha de sabão:

“Não a empregue sem razão acima de toda a razão (e é raro)” (...)
(...) ” Não a pronuncie”. **

Amor, palavra poderosa, que enche a boca de quem fala e o ouvido de quem ouve.
Faz voar a imaginação, ludibria seus incautos pronunciantes e reveste com fina pátina a carne desejante, que assim travestida, dá-se ao gozo.
Mas não se faz gozo, faz-se amor, porque isso sente quem ao gozo dá-se.
Mas, findado o gozo, por findar-se o desejo, se finda o amor.
Gozo curto, amor finito.
Não ouviram a voz do poeta.
Agosto/2004

** O Seu Santo nome, Carlos D. de Andrade

2 comentários:

Camila disse...

Olá, muito obrigada pela visita. Fiquei surpresa ao ver um comentário, pois não havia dado o link a ninguém(portanto, vc foi a leitora inaugural). Vou passear pelo seu blog e depois faço meus comentários. Eu tenho outro blog também, chama-se o Aleph, se lhe interessar, seja bem vinda!:)

Camila disse...

Olá,

Os poemas sem indicação de autoria são meus sim, muito obrigada pelo elogio, é um enorme prazer receber suas visitas! Estou adorando suas poesias. Gostei, em especial, de "poesia explícita". Um metapoema muito inspirado! Vou favoritá-la, assim que aprender a manusear o blog!

Abraços!