O NOVO MUNDO
(poema-narração-experimentação)
(poema-narração-experimentação)
I – PROFETIZAÇÃO
Quando a sobrecarga elétrica
provocar a grande explosão
que iniciará o Novo Mundo,
todos os seres vivos libertar-se-ão
do peso corpóreo e adquirirão
a vontade de transcender a matéria.
Nos mares, nos ares e
na terra abençoada que surgirá,
cujos picos das montanhas serão
altares de louvores à vida e à criação,
poderão fazer sua morada.
Quando um novo sol
se formar no Novo Mundo,
e sua jovem luz brilhar,
todos nela poderão banhar-se.
Poderão deslizar pelo constante arco-íris tatuado no céu, e assim,
comporão em seus corpos, todas as cores do mundo!
Quando o que existe atrás
do horizonte se mostrar,
navegarão por mares e terras e ares
nunca d’antes percorridos.
No espetáculo do Novo Mundo,
acariciarão a cauda dos pássaros
e contemplarão o abrir das asas da garça branca.
Ouvirão o troar do amor,
que, no Novo Mundo,
espalhar-se-á epidemicamente
Verão o nascimento da árvore branca,
cujas folhas, enquanto brilharem,
sinalizarão o equilíbrio entre os seres
do Novo Mundo, e o próprio mundo.
Do ventre de todos os seres vivos,
seres semelhantes brotarão,
na comunhão de um único sexo!
Excerto – I
Como explicar (narrar) num poema,
O nascimento de um mundo?
Tal tarefa, de tão alta importância,
Não pode à mim ser outorgada,
E sim, a algum fulgurante poeta!
Pois eu, iniciante que sou,
Sem experiência no ofício,
Talvez não consiga dimensionar
A magnitude do fato....
Nem impressionar com meu ato,
De linguagem modesta (embora
Com certa eloqüência),
Os eventos acontecidos...
II – ANUNCIAÇÃO
Os tambores emitem clangores
bum bum bum bum bum bum
Os clangores são emitidos pelos tambores
bum bum bum bum bum bum bum bum
Protejam seus ouvidos
bum bum bum bum bum bum
Para não enlouquecerem
bum bum bum bum bum bum
Os tambores avisam
bum bum bum bum bum bum
Os clangores metem medo
bum bum bum bum bum bum
Lutem ou fujam
bum bum bum bum bum bum
refugiem-se nas montanhas
bum bum bum bum bum bum
pois os clangores estão mais altos
bum bum bum bum bum bum bum
O Novo Mundo está para nascer!
bum bum bum bum bum bum bum
quando cessarem-se as vozes dos tambores,
bum bum bum bum bum bum bum bum bum
a fuga não será mais possível
Bum bum bum bum bum bum
O Novo Mundo estará surgindo!
bum bum bum bum bum bum
só perecerão os contrários à sua ação!
bum bum bum bum bum bum bum bum
III – NASCIMENTO
No silêncio total,
rompe-se a terra,
rasga-se o céu,
o oceano vira terra,
e a terra vira água.
O sol mingua e lua se agiganta!
A neve cai e derrete, cai e derrete...
Os antigos ares são sugados para fora dos espaços terrestres,
muito além da borda do planeta, muito além do mundo sideral.
Muito além da nossa imaginação, o Novo Mundo começa a nascer,
das entranhas do infinito, ele surge e urge!
Muge e berra!
Grita o grito do recalque infinito, há milhões de anos guardado
na abissal garganta do mundo!
Dos ventres da mãe sideral e do pai astral que, fundidos,
formam o infinito gerador,
nasce o Novo Mundo!
Excerto – II
Como vc pôde ler, caro leitor,
Tal grandiosa tarefa,
Esta de narrar este evento monumental,
Precisei aceitar!
Dissuadir não consegui,
Aqueles que de tal tarefa me incumbiram!
Tampouco também consegui,
Arrumar outro poeta.
Mesmo que principiante como eu,
Para tal poetização!
Assim, nada mais me restou,
A não ser abraçar o intento!
Sonhar, imaginar, elaborar...
E escrever as letras.
(espero que a contento...!)
Nov./Dez.06 e Fev.07
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