Adoro ler “livros viajantes”.
Mas o que são eles? Como o próprio rótulo diz, livros que nos fazem viajar...
Os meus preferidos são os de realismo fantástico (tipo Italo Calvino), os propriamente fantásticos (Tolkien), e os que não são nem uma coisa nem outra, mas que são pura literatura das boas, e igualmente viajantes , etc., etc.....
Listarei nesta seção os “livros viajantes” que já li e “viajei”.
Vou deixar também minhas impressões sobre cada um deles, mas sem consultar nenhuma fonte. Escreverei o que eu lembrar para mostrar que eles realmente me marcaram muito! (boa desculpa para uma “preguicinha” de pesquisar algo sobre os mesmos!)
Mas, brincadeiras à parte, acho realmente que, se nós nos lembramos bastante de um livro, é porque ele nos marcou, tanto por termos gostado dele ou por tê-lo odiado (quanto a este último, para mim será difícil escrever sobre algum, pois quando não gosto, não leio até o fim!)
No meu caso, os livros sobre os quais escreverei, me marcaram pelo seu encantamento literário e poder de proporcionar uma bela viagem!
A Montanha Mágica, de Thomas Mann
Bom, esse livro não requer apresentações, é um robusto clássico da literatura mundial.
Foi o primeiro livro de número avantajado de páginas que eu li. Minha primeira empreitada nesse tipo de leitura: 700 e poucas páginas. Li nuns dois meses e me encantei por completo!
Achei que Thomas Mann seria uma leitura difícil, mas não foi. Foi uma leitura completamente acessível para uma não-intelectual, mas medianamente voraz leitora como eu.
A história se passa em um sanatório para tuberculosos em Davos, na Suíça, antes da primeira guerra mundial.
Amei o personagem Hans Castorp! Acho meio brega dizer que nos identificamos com tal fulano-personagem, mas, realmente me identifiquei com ele.
Sua perfeita adaptação à vida do sanatório, relutando em deixá-la mesmo já estando curado, em detrimento da volta à sua vida de antes da doença foi totalmente compreensível por mim.
O sanatório se constituiu para ele num universo paralelo, aonde ele pôde amadurecer intelectualmente e aprofundar-se filosoficamente dentro de si mesmo. A sua estadia lá foi uma fantástica viagem emocional, intelectual, sensorial, filosófica, metafísica, e até mesmo amorosa.
Daí sua relutância em abandonar esse ambiente, ao qual ele se encaixou perfeitamente; aonde, além de pensar e sentir, ele só tinha que seguir as regras do sanatório, às quais ele estava inteiramente adaptado.
O sanatório tornou-se um mundo de sonhos, um refúgio do mundo real, pois se percebe no começo da obra que ele não possuía muitas aptidões para a vida prática e suas futilidades, sendo mais um contemplador-pensador do que um ator.
A ambigüidade sexual do personagem também é muito interessante. E é um aspecto que surge em outras obras do autor, como Morte em Veneza e Tonio Kroger.
Enfim, é um livro magnífico! Vale a pena lê-lo!
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