A LENDA DE MURASAKI
Estou lendo um livro chamado “ A Lenda de Murasaki”. É simplesmente viajante!
A história se passa no Japão medieval (séc. XI) e conta a vida de Murasaki Shikibu – a mulher que escreveu aquele que é considerado o primeiro romance da história da literatura mundial: “A Lenda de Genji” (Genji Monogatari), tornando-se um clássico da literatura japonesa.
A autora, Liza Dalby, estudiosa da cultura japonesa, a partir de fragmentos do diário de Murasaki recria a sua história.
Genji Monogatari conta a história do príncipe Genji, conhecido como o “Príncipe Brilhante”, cuja gentileza, romantismo e sensibilidade encantam quem a lê, e ao mesmo tempo recria o mundo aristocrático e social japonês da época.
As cópias manuscritas da história se espalham pela capital japonesa causando imenso sucesso; chegando à corte japonesa, cujo regente, também apreciando a obra, convida sua autora para ser dama de companhia da imperatriz – o que na época era a aspiração máxima das moças da classe alta japonesa.
A história é fantástica, pois nos mostra o modo de pensar do povo japonês, suas crenças, superstições (muitas!), tradições, costumes e sua sensibilidade poética!
Uma das coisas mais incríveis é que Genji tenha sido escrito por uma mulher numa época em que escrever era privilégio somente dos homens, sendo mal vistas as mulheres que se interessavam a aprender a ler e a adquirir cultura.
A história se passa no Japão medieval (séc. XI) e conta a vida de Murasaki Shikibu – a mulher que escreveu aquele que é considerado o primeiro romance da história da literatura mundial: “A Lenda de Genji” (Genji Monogatari), tornando-se um clássico da literatura japonesa.
A autora, Liza Dalby, estudiosa da cultura japonesa, a partir de fragmentos do diário de Murasaki recria a sua história.
Genji Monogatari conta a história do príncipe Genji, conhecido como o “Príncipe Brilhante”, cuja gentileza, romantismo e sensibilidade encantam quem a lê, e ao mesmo tempo recria o mundo aristocrático e social japonês da época.
As cópias manuscritas da história se espalham pela capital japonesa causando imenso sucesso; chegando à corte japonesa, cujo regente, também apreciando a obra, convida sua autora para ser dama de companhia da imperatriz – o que na época era a aspiração máxima das moças da classe alta japonesa.
A história é fantástica, pois nos mostra o modo de pensar do povo japonês, suas crenças, superstições (muitas!), tradições, costumes e sua sensibilidade poética!
Uma das coisas mais incríveis é que Genji tenha sido escrito por uma mulher numa época em que escrever era privilégio somente dos homens, sendo mal vistas as mulheres que se interessavam a aprender a ler e a adquirir cultura.
“Tanto por seu conteúdo como por sua extensão e qualidade literária, Genji Monogatari é considerada uma das obras mais influentes da literatura japonesa. Muitas pessoas a consideram o primeiro grande romance jamais escrito no mundo, isto no sentido moderno da palavra. Porém, vale notar que essa asserção é firmemente disputada, tanto por experts como por amadores.” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Genji_Monogatari )
Naquela época era comum as pessoas de classe alta se comunicarem por meio de pequenas poesias chamadas waka!
Assim, o livro está repleto desses poemas, que Murasaki envia e recebe. São freqüentemente usadas metáforas com elementos do tempo (clima) e natureza para simbolizar seus estados de espírito. A poesia era utilizada também para celebrar alguma comemoração ou acontecimento importante na vida da corte.
A forma da poesia Waka consiste em 5 sílabas no 1º verso, 7 no 2º, 5 no 3º , 7 no 4º e 7 no 5°.
Os "waka", "poema" em japonês, foram desenvolvidos por aristocratas no século VI e consistem em estrofes de 37 sílabas, um pouco mais longos do que o tradicional "haiku" (conhecido como haicai fora do Japão), que é uma forma posterior. É, na realidade, uma waka truncada, de 5 sílabas no 1º verso, 7 no 2º e 5 no 3º.
Vamos à algumas Waka escritas por Murasaki:
“ Enquanto a vida flui, quem lerá – esse regalo para ela cuja lembrança nunca morrerá”
“ Tare ka yo ni nagarae te mimu kakitomeshi ato wa kie senu katami naredomo”
“Quando o som dos grilos esmorece na sebe, é impossível interromper o adeus do outono, como devem ficar triste...”
“ Nakiyowaru magaki no mushimo tomegataki akino wakare ya kanashikaru kana”
Waka que Murasaki enviou para sua prima Ruri:
“Enregelado pelo frio, meu pincel não consegue desenhar para você a imagem dos meus sentimentos”.
Waka enviado por Ruri como resposta:
“Embora não flua, continue a escrever; sua dor se afastará flutuando como o gelo na água”.
Uma waka sobre o ato de escrever waka, que ilustra bem o uso da waka na época e particularmente por Murasaki: (claro!)
“Toda ocasião, todo fenômeno natural, toda emoção, acendia uma waka em minha mente”
Agora, uma waka que achei particularmente muito bonito!
Ming-gwok, um chinês por quem Murasaki se apaixonou e com quem teve um caso, enviou para ela junto com um presente – uma caixa de pincéis chineses.
O barato é que ele já estava na China, muitos anos depois de eles terem se apaixonado e, devido à precariedade do envio de correspondências da época, ele imaginou que seu presente talvez nunca chegaria às mãos dela, daí esse poema:
“
Feiticeiro que cruza os imensos céus, procure aquela que não posso ver, nem em meus sonhos” (lindo, lindo!)
Feiticeiro que cruza os imensos céus, procure aquela que não posso ver, nem em meus sonhos” (lindo, lindo!)
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