06 dezembro 2006

Primeira Galáxia Poética

MANIFESTO CONTRA O MASSACRE DAS ENTRELINHAS



Não massacrem as entrelinhas !!!
Elas nos fornecem o temeroso e necessário âmago.
Nossas amigas queridas, indiretas, dúbias muitas vezes...
Mas amigas que alertam e avisam.
Só não as vêem os incautos!
Poéticas inúmeras vezes, enfadonhas outras,
mas ali estão, ali permanecem, necessárias.
Não se aprende a usa-lás , usa-se – ás, somente.
Sem regras nem aprendizado... deixando que fluam ..fluam ...refluam....regurgitem....
Regozijem-se delas, mas não as massacrem com ditames dissertativos - explicativos do sentimento sentido, das emoções dissecadas, dos subtextos narrados e da banalização das metáforas!!

Não leiam tratados, como já aconselhou Rilke,
Sintam a absoluta necessidade e a despejem,
sem massacrá-las.
Não tentem aprender o ensinado,
sintam o aprendizado dentro de si.

Descobrir os segredos agregados e segredados,
subterrâneos tesouros, escondidos sob todas as linhas escritas -
palavras, frases, parágrafos, prosas e poesias....
é o abrir-se do panteão ensimesmado dos significados,
que, ensimesmando-se nas estrelinhas,
a elas funde-se, tornando-se,
escritas e entrelinhas, uma só significância,
aonde o massacre não mais ocorrerá!


2004/2005

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