Ele lia.
E ela dormia.
Bela e diáfana,
sua amada se encontrava.
E ele então pensava,
no amor que os unia,
e acreditava que ele nunca terminaria...
Seu corpo, uma ternura invadiu,
Seus olhos, lentamente se abriram,
E de um sonho, ele todo emergiu.
Seu amor, em seus sonhos,
adormecida permanecia.
E ele, com a ternura a invadir-lhe o peito,
e as lágrimas a lhe encherem os olhos,
adormeceu...
E, mais uma vez, sonhou...
De sonho em sonho,
Pé ante pé,
De livro em livro,
E de vez em quando,
Ele espiava, discretamente,
Seu amor, ali, adormecida...
Talvez entorpecida,
avizinhada e avisada,
da sua imensa ternura.
Ternura que em seus sonhos
a colocava,
Que de seus sonhos,
a retirava.
Ternura que lhe percorria o corpo,
desejando que o amor não acabasse,
que o amor começasse,
que o amor re-começasse.
Mas ali, adormecida,
lentamente esmaecida,
seu amor se mostrava,
e se prostrava...
a despeito de toda a sua ternura.
A despeito de todo seu desejo,
e de todo o seu grande amor...
De pé em pé,
Sono ante sono,
Quase até o sonho,
À cama, ele chegou, de pijama,
Com um livro na mão...
E a ternura, agora adormecida em seu peito,
Acalmava-lhe a dor...
De olhar para o lado, enquanto lia,
E ver que ali, nem acordada,
Nem adormecida,
Sua amada permanecia...
05.05.2007