Sou um poeta vazio
preenchido por tantos,
que sou aquele
que não sabe mais quem é!
Roubo de um, os sentimentos,
de outro, os maneirismos
com que escrevo estas linhas.
Sou homem, sou mulher,
e tantos outros gêneros
que ainda venham a construir.
Minha personalidade perdeu-se
nas páginas dos livros
e no sonho da poesia.
Sou óbvio, à medida que sou poeta.
Preencho-me de você, e de você,
e me canso de todos!
Fujo de vocês, e deles também.
Só não consigo fugir daquele!
Aquele que não é.
E ele sou eu.
E ele sou eu.
Preencho-me de mim,
e assim, sou poeta.
Set./2010