27 maio 2010

Homenagem ao Chocolate nosso de cada dia...

Abaixo, posto o poema Chocolática - uma homenagem ao nosso amado chocolate, que adoça a vida de muitos pelo mundo afora - quiçá, pelo universo!

Pensei primeiramente, em postar o poema no blog do meu heterônimo (sim, eu tenho um!) que é quem escreve textos nonsense, sem noção, etc. e tal. No entanto, como o chocolate é algo muito amado neste planeta por pessoas de todas as idades, credos e culturas, existindo entre esse mundaréu de gente,  escritores "eles mesmos", heterônimos, homônimos, hormônios, polinômios e coisa que o valha, resolvi que a escritora "eu mesma" deveria assumi-lo e não meu heterônimo.

Aqui vai ele:

Chocolática

Do cacau, o chocolate.
Do amor, doçura que exala
um coração que bate
um beijo que estala.
Mãos que se unem,
e por afinidades se re-únem

Chocolates na infância
na ânsia dos quinze
e aos pés da esfinge.

Come tudo e não finge!
Nada te restringe!

Seu querer em potência varia
Mas  ao leite ou amargo,
doce ou salgado,
no amor é mania!


Dez./08

O Café

Numa daquelas manhãs de outono, de sol embaçado e quente, porém ameno, tive um deja vu.  Um deja vu temporal – se é que posso chamá-lo assim sem cair num pleonasmo daqueles! Parecia, ao sair à rua, que eu estava em outro tempo, numa outra época. Embora eu fosse o mesmo, o tempo era outro. Senti-me há uns vinte e cinco anos. Quase me vi, com a camiseta do ginásio e a mochila emborrachada e colorida apoiada em apenas um dos ombros, atravessando a rua à minha frente.

Sentei-me em um café, na calçada, para conferir uns relatórios – estava a caminho do trabalho após uma visita ao médico e, como ainda era cedo, eu tinha alguns minutos para saborear aquela atmosfera. Feliz, por não ter doença alguma – eram apenas bobagens aquelas sensações no coração,   eu em nada pensava, apenas sentia. Enquanto tomava o café, dei uma rápida organizada na pasta que carregava, conferi alguns dados no meu moderníssimo celular/computador e fixei, em seguida, minha atenção àquele tempo, que de passagem por este tempo, estava.

Terminei o capuccino, que por sinal estava delicioso – cremoso, adoçado no ponto e muito, muito leve. Recolhi “minhas coisas”, respirei fundo, levantei com certa relutância, e saí, já saudoso daquele momento, e daquele dia, que aos poucos desvaneceriam na turba do tempo.


29/04/10